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Arquitetos: Mariana Simas, a GR a u
- Área: 60 m²
- Ano: 2008
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Fotografias:Pedro Vannucchi
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Fabricantes: Arcelor Mittal, Deca, Perfilor, Tigre
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa píer foi construída para abrigar um barco durante a semana e o seu dono aos finais de semana. O uso alternado foi sugerido pelos próprios clientes, um jovem casal de velejadores paulistanos.
A proposta foi dividir a casa em dois volumes distintos: dormitório, cozinha e banhos no volume permanente e maciço, e a garagem do barco, que é também a sala, no volume leve e ventilado.
O primeiro, vertical e revestido de massa caiada, cujas janelas muxarabi filtram a luz e permitem a ventilação permanente, é fruto do típico modo de construção da região com heranças coloniais; o segundo, construído com telha metálica e estrutura de madeira pré-fabricada, tirou proveito da industrialização da construção para prescindir do canteiro de obras e evitar o impacto ambiental.
A implantação foi determinada por duas premissas: necessidade de proximidade à água para a entrada do barco e preservação da densa vegetação de mata atlântica intocada.
O terreno fica no Saco do Mamanguá, RJ, um fiorde tropical acessível apenas por barco e sem energia elétrica, o próprio arquétipo do Paraíso Perdido. Nesse contexto, a casa píer faz convergir a idéia do “bom selvagem” com a moderna “apologia da máquina”. Como um veleiro, símbolo poético da harmonia entre a natureza e a condição humana e, atualmente, também objeto de um ultra-sofisticado e não poluente desenho industrial; a casa píer é a casa do homem natural que faz uso dos benefícios sustentáveis do avanço tecnológico.